Golaços e lambreta levam o Inter à final contra o Grêmio


É com Gre-Nal que o returno do Campeonato Gaúcho será decidido. É com o duelo entre Paulo Roberto Falcão e Renato Gaúcho que o Rio Grande vai parar. Um dia depois de o Grêmio garantir presença na final da Taça Farroupilha, o Inter foi a Caxias do Sul, venceu o Juventude por 2 a 1 e também assegurou seu lugar na decisão. A classificação foi garantida em jogo de três golaços e um lance desde já inesquecível de Leandro Damião. Bolatti e Tinga marcaram para o Inter. Fred fez para o Alviverde, eliminado do Estadual.

O Gre-Nal decisivo do returno será no Beira-Rio. Inicialmente, está marcado para domingo, mas o Grêmio quer mudar a data, já que joga dois dias depois pela Libertadores. O Inter precisa da vitória para levar a decisão do Campeonato Gaúcho a duas partidas finalíssimas. Se o Grêmio vencer, será campeão por antecipação, já que venceu o primeiro turno.

Antes, os eternos rivais pensam na Libertadores. O Inter vista o Peñarol na quinta, e o Grêmio recebe o Universidad Católica na terça.


Golaço de lá, golaço de cá

É como se Inter e Juventude tivessem feito um pacto antes do jogo, como nas brincadeiras infantis: não vale chute de perto. Em um primeiro tempo de defesas muito superiores aos ataques, o placar só foi mexido graças à precisão dos atletas em pancadas de longe. Dois golaços desenharam o empate por 1 a 1 nos primeiros 45 minutos em Caxias do Sul.

Começou com Bolatti. Aos 19 minutos, o volante argentino pegou rebote nas proximidades da área, pendendo para o lado direito. Ele matou a bola no peito e emendou, antes que ela chegasse ao chão, uma pancada de perna direita. A bola viajou em diagonal até o ângulo do goleiro Jonatas. Pintura. Foi o quarto gol do volante com a camisa vermelha.

Se o Inter sabe fazer golaço, o Juventude não fica atrás. Fred, aos 29, deu o troco. Ele mandou uma patada em cobrança de falta. Renan pouco teve a fazer – nem que pulasse junto com todos os coelhos de Páscoa colorados. Outra pintura.

Aí o jogo ficou melhor. Teve novas chances, sempre em chutes de longe. O Juventude ameaçou primeiro. Cristiano mandou pancada cruzada, por cima do gol de Renan. O Inter retrucou com Rafael Sobis, que bateu falta com perigo, por cima.

Chamou a atenção a dificuldade ofensiva das duas equipes no primeiro tempo. Leandro Damião deve ter criado amizade com a zaga do Juventude, tamanha foi sua solidão, com Rafael Sobis e Andrezinho discretos. Júlio Madureira, em contrapartida, não conseguiu ter vitória sobre a zaga vermelha.

O Inter voltou melhor para o segundo tempo. Muito. Não fez o gol porque parecia haver alguma lei que o proibisse. Em dois lances, a bola parou na trave; em um deles, o zagueiro Rafael, do Juventude, salvou a pele alviverde em jogada de cair o queixo.

Damião para nunca mais esquecer

Os primeiros minutos da etapa final evidenciaram o crescimento colorado. O time de Paulo Roberto Falcão passou a assombrar a área juventudista. A ameaça estava no ar, mas tinha poucos recados. Até que veio o lance sobrenatural do jogo, aos 14 minutos. Rodrigo, pelo alto, dividiu com o goleiro Jonatas, que soltou a bola. O próprio zagueiro pegou o rebote. E mandou na trave. A bola voltou na direção de Bolívar, que logo emendou cabeceio. E aí o zagueiro Rafael fez milagre com as pernas. Saltou em direção ao gol e, sobre a linha, afastou a bola de bicicleta. Os jogadores do Juventude se abraçaram, como se tivessem feito um gol. Incrível.

Quem mais cresceu na volta do intervalo foi Oscar. Ele se consolidou como maior caminho de ataque para o Inter. E quase fez um golaço. Aos 19 minutos, avançou com a bola e mandou chute colocado. No travessão. Quase.

Estava criado o panorama para uma vitória colorada. Mas aí complicou. Bolatti foi expulso. O argentino se enrolou com a bola, foi ao chão e colocou a mão nela. Já tinha amarelo, e levou outro. O Inter ficou com um a menos.

E aí o mundo parou. Eram 32 minutos. Leandro Damião, até então discreto na partida, pegou a bola dentro da área. Estava frente a frente com Rafael. Olhou nos olhos do defensor. E deu um chapéu de lambreta para cima do defensor. Deixou a bola rolar até seu calcanhar e a içou. O zagueiro ficou sem norte. No cruzamento, Tinga desviou para o gol. Lance antológico do centroavante. Golaço. Outro golaço.

Lances se sucederam. O Inter poderia ter feito com Rodrigo. O Juventude teve chances de marcar com Cristiano. O jogo seguiu quente até o final. E aí veio o alívio vermelho. Que jogo. Que golaços. E agora é Gre-Nal...

Juventude 1 x 2 Internacional - Melhores Momentos

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