Peixe confirma reação, vence Táchira e se classifica às oitavas de final


Pronto. Após sofrer sério risco de eliminação, de quase ver ruir um planejamento que começou no início do ano passado, com o surgimento de Paulo Henrique Ganso e Neymar e a repatriação de Elano, o Santos está nas oitavas de final da Taça Libertadores. A vitória por 3 a 1 sobre o Deportivo Táchira-VEN, nesta quarta-feira, no Pacaembu, consolidou a reação da equipe alvinegra, que começou com o triunfo por 2 a 1 sobre o Cerro Porteño-PAR, na quinta-feira passada, em Assunção. Veja no vídeo ao lado os gols da partida.

A equipe alvinegra, porém, não conseguiu o primeiro lugar do grupo. Foi a 11 pontos, mas ficou em segundo porque o Cerro supreendeu vencendo o Colo Colo, por 3 a 2, de virada, no Chile. Os paraguaios também fecharam a primeira fase com 11 pontos, mas terminaram com melhor saldo de gols (5 a 3).

Nas oitavas, o Santos pega o América do México - o primeiro jogo será na Vila Belmiro. A Conmebol ainda não divulgou as datas dos duelos.

O que fazer quando se enfrenta Neymar, Ganso, Danilo, todos inspirados, rápidos, trocando de posições numa velocidade estonteante? Se Neymar para, Danilo encosta. Se Danilo fica, Ganso aparece. Se se fecha o meio, Jonathan, pela direita, e Léo, pela esquerda, entram livres. Tudo muito bem coordenado, afinado. Um recital. A missão do Deportivo Táchira era realmente difícil. E se tornou quase impossível logo aos 4 minutos de jogo. Num ritmo impressionante, o Santos desmontou as duas linhas defensivas da equipe venezuelana e abriu o placar. Léo desceu pela esquerda e tocou para Danilo, que fez o corta-luz e deixou a bola passar para Neymar. O camisa 11 recebeu e, com um toque caprichado, acertou o canto direito do goleiro Sunhouse. Na comemoração, ele voltou a usar máscara, como contra o Colo Colo-CHI. Dessa vez, porém, para não levar cartão, ele usou os dedos.
Ganso no jogo do Santos contra o Deportivo Tachira.

A torcida santista que lotou o Pacaembu explodiu. Não houve sofrimento, unhas roídas, apreensão. O Santos mandava na partida, com marcação sólida e trocas de passes corretas no meio de campo. Não era incomodado. Na frente, Neymar esbanjava seu repertório. Solista principal, ele deu chapéus, dribles, toques de calcanhar. Arriscou até uma bicicleta. Só abusou um pouco na hora de cavar faltas. O árbitro não caiu na dele.

Aos 13, saiu o segundo gol, em mais uma jogada perfeitamente coordenada. Ganso, com o peito, escorou para Danilo, que achou Jonathan entrando livre pela direita. O ala invadiu a área e mandou uma bomba de pé direito, quase sem ângulo. O chute certeiro entrou no ângulo direito alto.

A não por um chute perigoso de Herrera, aos 12 minutos, que obrigou Rafael a espalmar, o Peixe não foi ameaçado. Tanto que diminuiu o ritmo, mas sem perder o comando do confronto. O terceiro quase saiu aos 43, quando Elano cobrou escanteio da direita e Durval parou no ar para escorar de cabeça. Sunhouse deu rebote, que Dracena completou. A bola bateu novamente no goleiro e saiu. Tudo isso dentro da pequena área.

O Santos diminuiu muito o seu ritmo no segundo tempo. Nada daqueles passes rápidos, daquela troca constante de posições que deram a impressão de que primeiro tempo bem curto. Elano errava muitos passes, dando a bola para o Táchira tentar criar. Ganso também já não conseguia coordenar as jogadas. Dessa forma, Neymar e Zé Eduardo ficaram isolados na frente.

Aos poucos, o time venezuelano foi se assanhando. Aos 17 minutos, Chacón cobrou escanteio na cabeça de Moreno. O grandalhão zagueiro foi lá no alto e escorou sozinho. Rafael se esticou todo e operou um milagre, tirando a bola que entraria no ângulo esquerdo. Esse lance não serviu para acordar o Santos. Precisou Chacón, aos 24, acertar um grande chute em cobrança de falta, diminuindo a vantagem santista, para que a equipe alvinegra acordasse.

No lance seguinte, aos 27, Neymar arrancou pela esquerda e fez fila, invadindo a área. Ele cruzou da esquerda para Zé Eduardo, que entrava sozinho. Era só empurrar. Um toque simples, como nas primeiras lições da escolinha. Pois Zé se atrapalhou todo e conseguiu furar. No entanto, se recuperou a tempo de tocar para Danilo, que vinha por trás. O volante mostrou como se faz. De chapa, rasteiro, fez o terceiro. Um prêmio para o incansável jogador santista, que participou dos três gols e ainda marcou, cobriu os companheiros, armou jogadas. Parecia que havia uns cinco Danilos em campo.

O restante do jogo foi toque de bola, gritos de olé e espera pelo tempo passar. Agora é encarar o mata-mata. A Libertadores recomeça para o Peixe. O sonho do tri está vivo

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