Jael, o 'Cruel', é a aposta da Lusa contra o favorito São Paulo


A Portuguesa sonha com uma heróica classificação para a semifinal do Paulistão, contra o São Paulo, na Arena Barueri, neste domingo. Para conseguir tal feito, a aposta está em seu atacante: Jael, o "Cruel". Aos 22 anos, o ex-jogador do Bahia tem a missão de mostrar que o apelido não faz sentido apenas pelo que fez em Salvador.

Na fase de classificação do estadual, foram seis gols. Está longe da briga com Liedson e Elano pela artilharia - ambos têm dez - mas foi decisivo para a Lusa nos jogos contra Botafogo (fez três) e Paulista. Depois de passar em branco na última rodada, contra o São Bernardo, o jogador sabe que chegou a hora de mostrar em São Paulo o motivo de ser "cruel".

- É um apelido que me faz bem. Um reconhecimento da torcida do Bahia pelo que fiz lá, pelos gols que marquei e pela ajuda na campanha de volta para a Primeira Divisão do Brasileiro - resumiu o jogador, autor de 12 gols na Série B de 2010.

De Salvador, lembranças apenas dos gols e dos bons jogos em 2010 no ataque ao lado de Adriano Michael Jackson, hoje no Palmeiras. No início deste ano, após agredir o então gerente de futebol André Araújo, o atleta foi dispensado da equipe baiana. Ficou sem clube e aterrisou semanas depois no Canindé, com a missão de substituir o lesionado Dodô. O contrato com a Lusa vai até o fim de 2011. E outra vez a meta é alcançar a Série A.

- Primeiro vamos pensar no São Paulo. Domingo é aquele típico jogo que todo atacante gosta: importante e com visibilidade. Vai ser uma batalha e teremos de tirar uma força do coração para conquistar essa vaga - prevê o goleador.

Fã de videogame
O apelido de cruel não serve para Jael apenas dentro da grande área. O jogador não esconde que é viciado em jogar videogame. Em casa ou na concentração, sempre gasta longas horas com o controle em mãos. Os jogos de luta são os preferidos.

- Gosto mais dos jogos de guerra. Alguns, já completei até o nível mais avançado. Se deixar, fico um tempão em casa jogando - diz ele.

Na última quinta-feira, o atacante recebeu a reportagem e mostrou suas habilidades no videogame. É o principal passatempo do jovem que nasceu em Várzea Grande, no Mato Grosso, e que tenta se adaptar ao tamanho de São Paulo. Antes da Portuguesa e Bahia, passou por Criciúma, Atlético-MG, Cruzeiro, Goiás e Kalmar, da Suécia.

- Além de São Paulo ser uma cidade muito grande, o trânsito aqui também é bem intenso. Já me acostumei a sair de casa uma hora antes do treino, ou até mais. Em Salvador, dez minutos bastavam - compara.

Corpo marcado
Basta chegar perto de Jael para perceber que o atacante também adora tatuagens. Os braços são cobertos por desenhos e mensagens. Ao todo, são 13 no corpo. A primeira, no antebraço direito, tem a seguinte mensagem: "Só Jesus Salva". Além de mensagens religiosas, o atleta tatuou também o nome do filho, Julio, no braço direito.

- Comecei há cinco anos e tenho 13 tatuagens no corpo. Tenho um leão tatuado no braço direito, que quase me deu problema quando eu fui jogar no Bahia. Aqui, na Portuguesa, tudo bem, porque o Leão é o símbolo do clube. Mas lá, em Salvador, o Leão é o símbolo do Vitória, principal rival. Aí, quando eu cheguei, me olharam torto. Mas depois conquistei a torcida fazendo gols - lembra Jael

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